segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Chapada dos Veadeiros: Relato de uma viagem de três dias a Cavalcante

Primeiro dia

Para exercitar um pouco nosso espírito de aventura (o meu e o do Percheron Alado – nossa Pajero TR4), nada melhor que percorrer os, aproximadamente, 130 km de uma estrada de terra que ligam São Jorge e Cavalcante, passando pela simpática Colinas do Sul. (Em tempo: dá para ir para Calvacante saindo de Alto Paraíso. São 90km de asfalto). A estrada de chão também é bem tranquila e guiando com cuidado qualquer um pode percorrê-la sem maiores problemas mesmo sem um carro 4×4, desde que seja um pouquinho mais alto como o Uno modelo antigo, por exemplo.

 Vale a pena pelo visual das serras, pelo banho no Rio Preto, no meio do caminho, e pela chance de topar com algum bicho como a seriema que correu à frente do carro por uns 100m até resolver voltar para a segurança da mata. Depois de duas horas de sol, poeira e belas paisagens, chegamos em Cavalcante, já bem depois da hora do almoço.


Contatei ou tentei contatar quase dez guias até acertar com o pessoal da Araí, o guia Beto, uma ida às cachoeiras do Prata no dia seguinte. Importante ressaltar a gentileza de todos os guias com os quais falei, que não podiam me atender mas indicaram, com a maior boa vontade, outros que talvez estivessem livres.

Segundo dia

No dia seguinte partimos para as Cachoeiras do Prata às 9h. O percurso só pode ser feito em carro com tração. Se o carro for do guia o preço, claro, sobe bastante. Indo no próprio carro, o turista vai pagar 100 reais para um grupo de até cinco pessoas.

 Até a entrada das cachoeiras são uns 60km de estrada de terra que valem muito a pena. Já no atrativo, uma trilha bastante tranquila, sem muitas elevações nem longas distâncias, leva a cinco belíssimas quedas d´água sendo a última um grande lajedo com várias piscinas naturais. A maior delas deve ter uns 30m de comprimento por oito de largura, um retângulo quase perfeito. Lugar para curtir a preguiça, nadar, se refrescar e curtir a bela paisagem.

Ao chegar ao topo da serra, lugar que durante a subida eu muitas vezes pensei que não alcançaria, fomos por uma trilha plana, relativamente curta e que poderia ser tranquila, não fosse o cansaço da subida e o sol causticante. Ao final dela, um lindo poço com água deliciosamente refrescante salva a vida de quem nele chega. Emoldurado por interessantes formações rochosas, entre elas uma imponente e gigante ponte natural de pedra, o poço é apenas a ante-sala do que na verdade parece uma enorme catedral natural.
Cruzamos o poço, passamos por baixo da enorme ponte e seguimos o rio por alguns metros até chegarmos em um apertado cânion onde só se passa a nado. Depois de atravessá-lo, paramos no alto de uma cascata que mergulha numa fenda abissal, aos nossos pés. À nossa frente, um paredão de rocha gigantesco, de uns 200m ou mais. E dentro de nós, a sensação nítida de estar em um lugar sagrado, daqueles que tiram o fôlego e calam as palavras para apenas contemplar, no silêncio que nos impõe as visões deslumbrantes.


De volta ao poço, mais uns banhos para assimilar melhor o espetáculo recente e subimos por uma trilha íngreme, mas curta para visitar o mirante à beira da serra, onde ela abruptamente cai para formar um gigantesco vale e de onde se vê grande parte do Parque Nacional e ainda se tem outro ângulo da cascata, do cânion e do paredão.
Fotos: Arquivo Pessoal

Considerações finais

Enfim, ótimo passeio! Apesar de mais distante e com características bem diferentes de São Jorge, Cavalcante é um lugar ainda por explorar. Pra quem gosta de um clima de cidade de interior, eu recomendo.
Recomendo ainda, na cidade, a operadora Araí (contatoaraiturismo@gmail.com), a Pousada Morro Encantado e a cerveja artesanal Aracê (62-9804-2501), que é produzida na cidade por um chileno e sua esposa que foram visitar a região, se apaixonaram e resolveram ficar.


Nenhum comentário:

Postar um comentário