Primeiro dia
Para exercitar um pouco nosso espírito
de aventura (o meu e o do Percheron Alado – nossa Pajero TR4), nada
melhor que percorrer os, aproximadamente, 130 km de uma estrada de terra que ligam São Jorge e Cavalcante,
passando pela simpática Colinas do Sul. (Em tempo: dá para ir para
Calvacante saindo de Alto Paraíso. São 90km de asfalto). A estrada de
chão também é bem tranquila e guiando com cuidado qualquer um pode
percorrê-la sem maiores problemas mesmo sem um carro 4×4, desde que seja
um pouquinho mais alto como o Uno modelo antigo, por exemplo.
Vale a pena pelo visual das serras, pelo banho no Rio Preto, no meio do
caminho, e pela chance de topar com algum bicho como a seriema que
correu à frente do carro por uns 100m até resolver voltar para a
segurança da mata. Depois de duas horas de sol, poeira e belas
paisagens, chegamos em Cavalcante, já bem depois da hora do almoço.
Contatei ou tentei contatar quase dez
guias até acertar com o pessoal da Araí, o guia Beto, uma ida às
cachoeiras do Prata no dia seguinte. Importante ressaltar a gentileza de
todos os guias com os quais falei, que não podiam me atender mas
indicaram, com a maior boa vontade, outros que talvez estivessem livres.
Segundo dia
No dia seguinte partimos para as Cachoeiras do Prata às 9h. O percurso só pode ser feito em carro com tração.
Se o carro for do guia o preço, claro, sobe bastante. Indo no próprio
carro, o turista vai pagar 100 reais para um grupo de até cinco pessoas.
Até a entrada das cachoeiras são uns
60km de estrada de terra que valem muito a pena. Já no atrativo, uma
trilha bastante tranquila, sem muitas elevações nem longas distâncias,
leva a cinco belíssimas quedas d´água sendo a última um grande lajedo
com várias piscinas naturais. A maior delas deve ter uns 30m de
comprimento por oito de largura, um retângulo quase perfeito. Lugar para
curtir a preguiça, nadar, se refrescar e curtir a bela paisagem.
Ao chegar ao topo da serra, lugar que
durante a subida eu muitas vezes pensei que não alcançaria, fomos por
uma trilha plana, relativamente curta e que poderia ser tranquila, não
fosse o cansaço da subida e o sol causticante. Ao final dela, um lindo
poço com água deliciosamente refrescante salva a vida de quem nele
chega. Emoldurado por interessantes formações rochosas, entre elas uma
imponente e gigante ponte natural de pedra, o poço é apenas a ante-sala
do que na verdade parece uma enorme catedral natural.
Cruzamos
o poço, passamos por baixo da enorme ponte e seguimos o rio por alguns
metros até chegarmos em um apertado cânion onde só se passa a nado.
Depois de atravessá-lo, paramos no alto de uma cascata que mergulha numa
fenda abissal, aos nossos pés. À nossa frente, um paredão de rocha
gigantesco, de uns 200m ou mais. E dentro de nós, a sensação nítida de
estar em um lugar sagrado, daqueles que tiram o fôlego e calam as
palavras para apenas contemplar, no silêncio que nos impõe as visões
deslumbrantes.
De volta ao poço, mais uns banhos para
assimilar melhor o espetáculo recente e subimos por uma trilha íngreme,
mas curta para visitar o mirante à beira da serra, onde ela abruptamente
cai para formar um gigantesco vale e de onde se vê grande parte do
Parque Nacional e ainda se tem outro ângulo da cascata, do cânion e do
paredão.
Fotos: Arquivo Pessoal
Considerações finais
Enfim, ótimo passeio! Apesar de mais
distante e com características bem diferentes de São Jorge, Cavalcante é
um lugar ainda por explorar. Pra quem gosta de um clima de cidade de
interior, eu recomendo.
Recomendo ainda, na cidade, a operadora Araí (contatoaraiturismo@gmail.com), a Pousada Morro Encantado e a cerveja artesanal Aracê (62-9804-2501), que é produzida na cidade por um chileno e sua esposa que foram visitar a região, se apaixonaram e resolveram ficar.



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